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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MARCUS OTTONI
( Brasil – RIO GRANDE DO NORTE )

 

Jornalista na Ravista Fatos&Feitos

Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
1) Repórter fotográfico:
Jornal de Brasília (DF )| Correio Braziliense (DF)

|Última Hora de Brasília (DF) |Estado do Pará
(PA) | Diário de Natal (RN) |Tribuna do Norte (RN)
2) Repórter
Tribuna do Norte (RN) |Diário do Estado (RN) | Jornal de Natal (RN) | O Mossoroense (RN) |        Revista Fatos&Feitos
3) Editor Chefe
Jornal Regional (RN) | Folha de Tibau (RN) | Jornal Metropolitano (RN) | Jornal Esquina do Brasil (RN) |Correio Popular da Zona Norte (RN)| O Popular (RN) | Jornal Revista Tibau do Sul  (RN) | Revista Fatos&Feitos

 

 

16 PORRETAS: Nicholas Behr, et al.   Brasília: 1979.  129 p. 
N. 01 179                                     Ex. bibl. Antonio Miranda   


Obra faraônica        

                                           (A Marcílio Farias)

Sei o que vou dizer    
pode a todos parecer  
coisa de ficção.
Mas se prestarem atenção
e olharem com cuidado
todos vão pensar
que isso é coisa do diabo.
Um dia um homem cansado
das covas e dos campanários
cismou de fazer um novo caixão.
Juntou gente de tudo que é lado
e pagando um dinheirão
fez um túmulo engraçado.
Construiu belos palácios
e encheu de grama os espaços.
Ficou tudo bonito
ficou tudo organizado.
E o povo deslumbrado
não parava de chegar.
Fosse do norte
ou fosse do sul
todo queriam na obra ajudar.
E o tal doutor com grande satisfação
a todos recebia.
E com pompas e gratificação
ia construindo o mais bonito caixão.
Porém chegou um dia
que morte o visitou.
E no seu túmulo ainda faltava
muita coisa pra terminar.
Mas o povo não parou.
E depois da choradeira,
enterraram o tal doutor
no lugar que ele mais amou.
Hoje todos continuam
trabalhando com afinco
pra deixar a cova dele
mais bonita que um brinco..
Que é pro pessoal lá do Egito,
quando olhar pra suas pirâmides
e lembrar das vacas gordas,
morrer de inveja crônica
dessa obra faraônica.


      Canto de um candango

(a Eduardo)

Me desculpe moço
se eu não sou do sertão.
Se no meu torrão
não tem coqueiro,
não tem praia,
nem pescador,
nem jangadeiro.
Me desculpe moço
por eu não ser sertanejo.
Mas, olha
o que que eu vejo,
lá na minha terra não tem não.
Lá não se dá a mão.
Lá ninguém conta pros olhos
verdes da menina.
Lá não tem esquina moço!
Lá não tem bate-papo
e nem papo
pra se comer rapadura.
Lá a vida é dura moço!
Me desculpe moço
mas eu não sou daqui não.
Mas, quisera Deus,
e quisera mais ainda eu,
que antes de ser brasileiro
fosse eu sertanejo.
Sertanejo cá das caatinga.
De pele queimada de sol,
do sal na boca e na alma.
Na calma...
Quisera eu ser daqui.
Pois, se eu fosse moço,
ser “antes de tudo um forte”!.
Um forte abraço moço.

 

*

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Página publicada em junho de 2023


 

 

 
 
 
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